Homenagem à
professora Maria Eulália Cantalice,
neste dia dos professores.
Se algum dia meu filho me perguntar
quem é a professora Maria Eulália Cantalice, o que poderei lhe dizer que se
aproxime do significado da vida dessa senhora para a nossa comunidade?
Dizer, como seu ex-aluno, que ela carrega em
si as virtudes de grande educadora é quase truísmo; é chover no molhado.
Afinal, muita gente que hauriu seus ensinamentos já sabia disso bem antes que
eu conseguisse soletrar tru-ís-mo.
Falar de seus tradicionais
exercícios de análise sintática também não acrescentaria muita coisa. Alguns
professores meus de primeiro e segundo graus — ensino fundamental e médio, na
terminologia atual — já haviam se embrenhado nos segredos da sintaxe iluminados
pelas lições daquela professora.
Mas, então, o que poderia ser dito
para fazer meu filho compreender um pouco da importância da estimada educadora
guarabirense?
Confesso que não seria fácil a
tarefa. Tudo o que lhe falasse ainda seria insuficiente. Mas, talvez pudesse
começar assim:
— Meu filho, seu pai é professor,
filho de professores. Seu avô terminou seus dias como professor. Não fez
fortuna, mas nos deixou o mais rico dos tesouros: o exemplo de uma vida inteira
devotada à educação. Pois é esse mesmo legado que dona Maria Eulália Cantalice
tem, ao longo dos anos, ofertado a sucessivas gerações de guarabirenses. Mais
do que propiciar a instrução, seu exemplo de dignidade, de honradez e de
fortaleza tem contribuído para a verdadeira formação, e esta, como diz um
célebre provérbio alemão, é aquilo que resta depois que se esqueceu tudo. A
propósito, meu filho, Eulália é um nome que provém do grego Eu-lalos, e significa “que fala bem,
eloquente.” No caso de dona Maria, a eloquência é bem maior que a força das
palavras. É a eloquência da vida.
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