Dizer,
como Eduardo Galeano, que “a história é um profeta com o olhar voltado para
trás: pelo que foi, e contra o que foi, anuncia o que será”, me faz refletir
sobre o passado não apenas com espasmos nostálgicos, mas tentando enxergar no
que foi plantado, lá atrás, a semente das árvores que nos dão sombra hoje, e
dos frutos que colheremos amanhã. Nessa perspectiva, lembro que há 25 anos, no dia 14 de setembro,
a Justiça do Trabalho fincou suas raízes em nossa cidade. Naquele tempo, eu nem
sonhava um dia trabalhar nessa Justiça, muito menos ser Juiz do Trabalho. Mas
hoje, celebrando nosso jubileu de prata, sinto-me feliz e honrado em participar
dessa história.
Num
dos momentos importantes dessa caminhada, tive oportunidade de fazer um
pronunciamento na inauguração das novas instalações da Vara Trabalhista,
ocorrida no dia 09 de janeiro de 2007, com a presença do então Presidente do
TRT da 13ª Região, dr. Afrânio Melo, que peço permissão para reproduzir
parcialmente agora, como registro dessa bonita história, em que muitos
semearam, muitos colheram, e muito ainda há para ser semeado e colhido:
“Falando
sobre a arquitetura e o mobiliário forenses, o jurista italiano Calamandrei
dizia sonhar com uma Justiça ao ar livre, à luz do sol, sem portas fechadas, e
que gostaria de sugerir ao Ministro da Justiça que promovesse concurso entre os
arquitetos de seu país para projetarem um palácio da justiça em que não
houvesse antessalas nem corredores. Se algum dia conseguissem construir um
prédio assim, dizia ele, todos os problemas judiciários estariam resolvidos.
Certamente,
nem na Itália ou em qualquer outro lugar do mundo, é possível concretizar o
ideal arquitetônico de Calamandrei. Mas muito tem sido feito para que a Justiça
se torne mais acessível e acolhedora a
todos quantos batam às suas portas. E esta casa, cuja reforma se inaugura, não
foge a esse propósito.
Instalada
em 1987, a então Junta de Conciliação e Julgamento de Guarabira passou por
várias mudanças tanto na estrutura física quanto no âmbito administrativo e
jurisdicional, sendo importante ressaltar o trabalho de todos os juízes,
diretores de secretaria e servidores que por aqui passaram, além das lideranças
políticas da região, que contribuíram para a implantação e engrandecimento desta
unidade jurisdicional, cuja história se confunde em parte com minha trajetória
profissional, pois aqui atuei como advogado, funcionário e hoje estou Juiz
Titular.
Nesse
contexto, a inauguração de hoje representa um avanço no tocante à
acessibilidade e melhoria do atendimento aos jurisdicionados. A acessibilidade
foi contemplada, entre outras coisas, pela construção da rampa de acesso à
entrada do nosso prédio e mudança da sala de audiência do primeiro andar para o
térreo, removendo, assim, as barreiras arquitetônicas que impediam ou
dificultavam o acesso, a liberdade de movimento e a circulação com segurança
das pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida. Mas não é só. As novas
instalações propiciaram o aumento do espaço destinado ao atendimento às partes
e aos advogados, proporcionando mais conforto e comodidade a todos os que
precisarem dos nossos serviços.
Por
tudo isso, é preciso agradecer. A Deus, primeiramente, pois como ensina o
poeta, para que o ser humano sonhe e a obra nasça, é preciso primeiro que Deus
queira; ao Presidente do TRT, não apenas pela iniciativa de dotar esta unidade
de modernas instalações e equipamentos, mas pela sensibilidade e dinamismo
demonstrados em sua administração; aos responsáveis técnicos e operários que
realizaram esta reforma; ao diretor de secretaria, que de forma tão dedicada
vem desenvolvendo suas funções nesta unidade; a todos os funcionários, diletos
companheiros de trabalho; aos advogados, parceiros na administração da Justiça;
às autoridades e representantes da sociedade civil, que atenderam ao nosso
convite para prestigiar esta inauguração; aos representantes da imprensa, que
muito contribuem para que o nosso trabalho alcance maior êxito nas 23 cidades
da nossa jurisdição; enfim, aos nossos jurisdicionados, de modo especial aos
trabalhadores e trabalhadoras, principais destinatários dos nossos serviços e
razão maior da existência do Direito e da Justiça do Trabalho. Que todos se
sintam sempre acolhidos nesta nossa casa, agora reformada. Muito obrigado.”
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